André Urani

Ricardo Henriques para André

O céu amalfitano acaricia o mar carioca e, no horizonte, o pôr do sol avermelhado é acolhido pelos braços do Redentor. Assim, André Urani, do alto do Vidigal, assiste o contínuo transformar de luzes, formas, sons, sabores, ideias e pessoas.

André buscou, de forma obsessiva, cruzamentos, encontros e “muvucas”, como gostava de dizer. Entusiasmava com a energia da paixão pela tese defendida; e foram várias. Antecipava caminhos possíveis e os colocava imediatamente em cena. Especulava arranjos futuros, colocando em contato pontos nada óbvios, ousando antecipar conexões, apostando em caminhos turvos.

O italiano atravessou mundos, exibiu línguas, mergulhou nos fundamentos, juntou desconhecidos, refletiu sobre cidades, revirou arranjos produtivos, passeou pela academia, geriu a coisa pública, incomodou doxas, flertou com o inusitado, apresentou soluções, propôs caminhos. Foi atrevido, criativo, bem humorado, mal humorado, investigativo, superficial, profundo, provocador, amoroso, divertido, dedicado, visionário, inquieto e tanto mais, e de tantos modos.

André, meu querido irmão, meu compadre, saudades! Falta imensa.